segunda-feira, 17 de maio de 2010

Uma breve leitura para um fluxo

Vejo uma folha cair, vejo o inverno. Lembrando esta antiga escrita chinesa que traz, em si, uma noção sobre o trânsito entre o fragmento e o todo, por analogia, poderia afirmar que esta instalação coletiva que por hora, se apresenta na galeria do Cemuni II, também aborda a questão da diferença entre o segmento e o continuum. Esta intenção de ocupação coletiva de um espaço de exibição, este fluxo visual que suscita, de imediato, a idéia de linearidade e continuidade, também abre espaço para sua antítese, o fragmento e a descontinuidade, o interstício por onde se expressa o perfil identitário de cada artista participante.
É com grande satisfação que observo tal campo de conceituação presente nas atitudes e atividades dos nossos alunos. Vejo uma relação direta com algumas questões de grande relevância no contemporâneo. À medida que cada indivíduo participa, dividindo os seus espaços de interferências individualizadoras, em um projeto maior, os relativos particularismos autorais se dissipam em um todo coletivo que termina por comprovar visualmente estas considerações. Uma ação coletiva, um fluxo, onde cada um se perde para viabilizar o todo, é sempre bem vindo.
João Wesley de Souza – Abril de 2010

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Entrevista Coletivo Macacos Pensantes com a exposição: FLUXU

fluxo (do latim fluxus, -us)
s.m
1 - Ato ou efeito de fluir.
2 - Substância que facilita a fusão de outras
3 - Curso, corrente; vazão, descarga.
4 - Fig. Curso, corrente; vicissitude, movimento contrário, alternativa.
5 - Med. Corrimento de humores.
6 - Med. fluxo determinado por uma causa excitante.
7 - Quím. Substância facilmente !suscetível que se ajunta a outra que o é menos para lhe auxiliar a fusão.
8 – Fís. Número total de linhas de força do circuito magnético que passa por uma seção transversal tomada perpendicularmente à direção das linhas de força.
9 - Abundância, grande quantidade de qualquer coisa em movimento contínuo: fluxo de palavras.
adj.
9 - Fluido; passageiro, fluxível.

O Coletivo Macacos Pensantes apresenta a partir do dia 20 de abril à 04 de maio de 2010 a exposição FLUXU na Galeria GAEA (Galeria dos Estudantes de Artes) do CEMUNI-II do Centro de Artes da UFES.
A exposição FLUXU foi pensada justamente para o espaço da galeria GAEA, ou seja, vai além do conceito de exposição, sendo considerada uma intervenção ou, até mesmo, uma ocupação ou ambientação. FLUXU, nada mais é do que o termo em latim de fluxos que seu significado contribui para o nome da exposição.
FLUXU, nomeada assim pelos artistas, a exposição vai além de quadros pendurados nas paredes. A criação de um ambiente de reflexão com arte conceitual, didática e interativa, é uma das propostas do grupo, prometendo levar os espectadores a refletir sobre assuntos dos mais diversos temas do cotidiano em comum.

"- Na verdade, nossa intenção é fazer o espectador participar como exposto e expositor, ou seja, o espectador estará dentro de um ambiente onde ele participa visualmente e conscientemente da exposição e do espaço da galeria levando para fora desse espaço a reflexão sobre a proposta."

"- Nós, Macacos Pensantes, formamos esse coletivo a fim de nos desenvolvermos na UFES quanto aos trabalhos e pesquisas acadêmicas. Com essa iniciativa pensamos que podíamos ir além formando um coletivo de produção e soluções artísticas afim de nos desenvolvermos como artistas e profissionais. Apesar de esse trabalho ser o que marca o primeiro passo na nossa carreira coletiva (Coletivo Macacos Pensantes), essa exposição também marca a reabertura da agenda de editais e exposições da Galeria GAEA do CEMUNI-II nesse primeiro semestre de 2010."

Os Macacos Pensantes, como o grupo se nomeia, marca com essa exposição, o primeiro trabalho coletivo do grupo e a restauração da Galeria GAEA e reabertura da agenda e editais de exposições.
Por ser a única mulher do grupo, "Mareana" Oliveira é posta como a irmã mais velha dos amigos ou, até mesmo, a "mamãe". Na verdade, apesar de ela não ser a mais velha do grupo, os rapazes a consideram como a MULHER do grupo devido ao fato de que, os trabalhos do grupo são aferidos e projetados aos olhos dela que, além de ser formada em Edificações no CEFETES, tem a sensibilidade feminina para dar mais vida, organização e ênfase aos trabalhos do grupo.
O Coletivo Macacos Pensantes passa a colocar em prática agora os trabalhos e as propostas coletivas apesar de já estarem juntos a mais de um ano. Com a sintonia e afinidade dos amigos o nome dado ao grupo surgiu de uma descontraída brincadeira dos amigos num momento de lazer e "ócio produtivo".

"-Enquanto estávamos sob a sombra de uma de nossas árvores preferidas da UFES, o Bruno subiu nessa árvore para fazer fotos e começou a "palestrar" quanto a evolução da espécie dizendo que "-se somos a evolução dos macacos por termos o dedão como apoio nas mãos, a coluna ereta e a capacidade de pensar, somo Macacos Pensantes..."

De acordo com a teoria da evolução das espécies, o grupo tem razão. Porém, um termo utilizado pelo grupo chama a atenção, a "sapiência", como dizem os integrantes do grupo quando estão em processo de produção, pesquisas ou até mesmo, de "ócio criativo".

"-A "sapiência", nada mais é do que o ato de pensar, de utilizar a capacidade do cérebro evoluído de nossa espécie Homus Sapiens Sapiens. E pensar é a única atividade da qual nós nunca estamos inertes ou inerentes, o cérebro funciona o tempo todo, até quando dormimos."

EXPOSIÇÃO FLUXU

O Coletivo Macacos Pensantes inicia o ano de 2010 com a Exposição FLUXU na Galeria GAEA (Galeria dos Estudantes de Artes) do CEMUNI-II no Centro de Artes da UFES.
A exposição FLUXU foi pensada justamente para o espaço da Galeria GAEA e promete levar o espectador a um ambiente de reflexão sobre seu dia-a-dia, suas origens e o real sentido da palavra evoluir. Além da instalação na Galeria, haverá diferentes obras dos artistas já produzidas neste ano de 2010 e produções anteriores.
O nome dado a exposição, FLUXU, é uma tentativa de representar figuramente e artisticamente, a "energia" que nos faz sermos seres vivos nos ligando "espiritualmente" e fluidicamente as nossas vidas concretas ao restante do planeta, a natureza, os nossos semelhantes e ao planeta terra. Considerando que todos vivem sobre a mesma superfície, sendo assim, todos nós somos parte de um todo.
Mostrar a arte em seu caráter conceitual não é apenas a intenção do grupo. O Coletivo irá expor trabalhos plásticos, trabalhos fotográficas, e até mesmo pequenas poesias produzidas pelos jovens artistas, além de proporem ao expectador um sentimento de paz e flutuação no espaço criado.
Intencionados a levar o espectador a reflexão, os "Macacos" prometem deixar a Galeria GAEA do CEMUNI-II pequena para os cérebros que visitarem a exposição.